Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 651
Apesar do ‘cessar-fogo’ em Suwayda pelo presidente al-Sharaa, forças ligadas ao governo sírio e ex-militantes do ISIS continuam atacando civis drusos, deixando centenas de mortos e agravando a violência no sul do país.

Drusos sírios enfrentam novos ataques após ‘cessar-fogo’ em Suwayda
Conforme relatado, a presidência síria anunciou em 19 de julho um cessar-fogo imediato e abrangente na província de Suwayda, ao Sul do território, mesmo enquanto tribos beduínas fortemente armadas, alinhadas com Damasco, continuam seus ataques à província de maioria drusa.
Em um comunicado, o autoproclamado presidente Ahmad al-Sharaa (anteriormente comandante do ISIS e da Al-Qaeda, conhecido como Abu Muhammad al-Jolani) pediu a todos que permitam que o Estado sírio, suas instituições e suas forças “implementem este cessar-fogo com responsabilidade, garantindo a consolidação da constituição e o fim do derramamento de sangue”.
A presidência afirmou que estava enviando suas forças para Suwayda para impor o cessar-fogo e alertou contra qualquer violação por parte de qualquer grupo.
No entanto, fontes drusas relataram na tarde de sábado que os ataques a Suwayda por grupos armados beduínos locais alinhados com Damasco continuam.
O portal Suwayda 24 informou que grupos armados vindos de fora da província rejeitaram o acordo de cessar-fogo patrocinado internacionalmente e tentaram avançar sobre a cidade de Suwayda, enfrentando forte resistência de facções drusas locais.
Os grupos atacantes foram emboscados ao tentarem entrar na cidade, o que causou confusão entre suas fileiras — alguns fugiram da cidade enquanto outros se entrincheiraram em bairros residenciais.
Os grupos armados estão bombardeando indiscriminadamente bairros residenciais com morteiros, enquanto gravações em vídeo mostram militantes vindos de fora de Suwayda dizendo que rejeitam qualquer acordo de cessar-fogo.
Alguns dos mortos nesses grupos carregavam carteiras de identidade militar do Ministério da Defesa da Síria, acrescentou o Suwayda 24.
Uma facção drusa conhecida como Homens da Dignidade divulgou um comunicado acusando grupos apoiados pelo governo de continuar a “atacar vilarejos e cidades, agredir civis pacíficos, queimar suas propriedades e cometer violações diante dos olhos do mundo inteiro”.
Mais cedo no dia, o xeque Hikmat al-Hajri, líder espiritual da comunidade drusa na província de Suwayda, e a coalizão Reunião das Tribos do Sul, de Deraa, emitiram declarações concordando com um cessar-fogo.
Na sexta-feira, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR) relatou que 19 civis, incluindo mulheres, da cidade de Sahwat Al-Balatah, no interior de Suwayda, foram massacrados por forças do Ministério da Defesa e da Segurança Geral após entrarem na cidade.
Combatentes beduínos armados, seguidos por tropas do exército sírio e forças de segurança interna, invadiram a província de Suwayda no início da semana. Milícias drusas locais defenderam a região.
Moradores que falaram com a Reuters na quinta-feira “descreveram amigos e vizinhos sendo mortos a queima-roupa dentro de suas casas ou nas ruas. Disseram que os assassinatos foram cometidos por tropas sírias, identificadas por seus uniformes e insígnias”.
“A violência piorou drasticamente após a chegada das forças do governo”, relatou a Reuters, citando moradores de Suwayda, dois repórteres no local e um grupo de monitoramento.
O jornalista sírio Wael Essam relatou que, segundo suas fontes, um massacre no Hospital Nacional de Suwayda foi cometido por membros da Ansar al-Tawhid (Divisão 82) contra militantes drusos feridos e civis acompanhantes.
Centenas de casas e comércios foram saqueados e incendiados por outras facções ligadas ao Ministério da Defesa, incluindo Ahrar al-Sharqiya, Al-Amshat e a Brigada Abdul Rahman, acrescentou Essam.
Forças do governo sírio também teriam cometido um massacre de drusos na casa de hóspedes Radwan, em Suwayda.
Ao mesmo tempo, fontes do governo acusam combatentes drusos de tentar expulsar civis beduínos de suas terras e casas dentro da província.
Com a intensificação dos assassinatos, Israel realizou ataques aéreos sobre Damasco na quarta-feira, incluindo alvos próximos ao Palácio Presidencial e ao Ministério da Defesa, no coração da capital, perto da Praça dos Omíadas.
Os confrontos começaram no domingo, 13 de julho, após militantes beduínos pró-Sharaa montarem um posto de controle na rodovia Damasco–Suwayda, onde roubaram e espancaram brutalmente um jovem druso, desencadeando uma série de ataques retaliatórios e respostas do governo.
Segundo o SOHR, 718 pessoas foram mortas nos combates em Suwayda desde o início dos confrontos.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 93 mártires e 278 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 58.479 e 139.355 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 7.656 mártires e 27.314 feridos.