Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 724
Após pressão estudantil, Unicamp rompe unilateralmente o convênio com o Instituto de Tecnologia de Israel, citando expressamente o genocídio contra a população palestina em Gaza como motivação.

Unicamp rompe convênio com Instituto de Tecnologia de Israel
Depois de dois anos de mobilizações estudantis, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou nesta terça-feira (30) a rescisão unilateral e imediata do convênio de cooperação acadêmica com o Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), firmado em setembro de 2023. A decisão, formalizada pelo reitor Paulo Cesar Montagner durante sessão do Conselho Universitário (Consu), foi justificada pela escalada de ataques de Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza.
Em despacho oficial, a Reitoria classificou como “inaceitável” a continuidade do convênio diante do contexto internacional. O texto lido por Montagner em plenário destacou que a universidade não pode se manter associada a instituições ligadas ao atual governo israelense em meio ao que definiu como “genocídio da população palestina, que fere todos os princípios e valores da nossa universidade”.
A decisão ocorre após forte pressão do movimento estudantil da Unicamp. Desde antes da assinatura do convênio, em 2023, estudantes organizados no DCE da universidade já vinham realizando protestos, como a interrupção da Feira de Universidades Israelenses no campus.
Nos últimos meses, a mobilização se intensificou, com atos, assembleias e a entrega de um dossiê à Diretoria de Relações Internacionais, que em 26 de setembro protocolou um documento oficial denunciando a parceria e solicitando sua imediata rescisão.
Apesar da vitória, os estudantes criticaram a forma como a decisão foi tomada. A Reitoria recusou-se a colocar a rescisão na pauta principal de votação do Consu, relegando-a ao expediente administrativo. Para o DCE da universidade, isso impediu um “amplo debate político necessário e urgente no nosso tempo”, reduzindo a questão a um trâmite protocolar.
“Reconhecemos a vitória enquanto um grande passo para o boicote total a ‘Israel’, mas denunciamos a despolitização da maneira como a decisão foi tomada”, afirmou a entidade estudantil.
O movimento estudantil deve manter a mobilização, articulando novas ações em solidariedade ao povo palestino e pressionando o governo federal a romper totalmente as relações com Israel. O DCE anunciou apoio à Flotilha Global Sumud, iniciativa internacional que organiza expedições de solidariedade à Palestina.
O ato da Unicamp coloca a instituição entre as primeiras universidades públicas brasileiras a suspender oficialmente cooperação acadêmica com uma universidade israelense, em meio às denúncias de genocídio e crimes de guerra em Gaza.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 42 mártires e 190 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 66.097 e 168.536 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 13.229 mártires e 56.495 feridos.