Nota política: Toda solidariedade ao povo iraniano: combater o imperialismo e o sionismo!
Se torna cada vez mais evidente que essa guerra é, do ponto de vista da coalizão imperialista Israel-EUA, uma guerra de rapina, uma guerra imperialista que busca abrir caminho para a completa subordinação política do Irã aos ditames do imperialismo.

Nota política do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e da União da Juventude Comunista (UJC)
No último sábado, 21 de junho, os Estados Unidos realizaram um bombardeio direto contra o Irã, elevando a um novo patamar o conflito que vem se intensificando no Oriente Médio desde a sexta-feira anterior (13), com sucessivos ataques e ameaças entre Teerã, Tel Aviv e Washington. Em uma ação ilegal, sequer autorizada previamente pelo Congresso dos EUA, o presidente Donald Trump ordenou o ataque aéreo a três instalações de pesquisa e beneficiamento nuclear: Fordow, Natanz e Isfahan. Embora uma avaliação imparcial dos danos ainda não esteja disponível, a ação certamente terá graves repercussões. No domingo (22/06), enquanto o mundo todo aguardava a resposta do governo iraniano, milhares de pessoas tomaram as ruas de Teerã em protesto contra a ação militar estadunidense. Na segunda-feira, finalmente, o desfecho: o Irã disparou uma série de mísseis sobre bases militares estadunidenses no Qatar. No mesmo ínterim, o governo do Iêmen anunciou sua entrada oficial na guerra, ao lado do Irã.
Com tal desenvolvimento, se torna cada vez mais evidente que essa guerra é, do ponto de vista da coalizão imperialista Israel-EUA, uma guerra de rapina, uma guerra imperialista que busca abrir caminho para a completa subordinação política do Irã aos ditames do imperialismo ocidental. A justificativa “preventiva”, baseada no programa nuclear iraniano, é a mesma retórica desgastada já utilizada nas invasões do Iraque, do Afeganistão e da Líbia, e que, novamente, escancara a hipocrisia do sistema imperialista mundial, no qual potências nucleares como Israel seguem impunes, enquanto outros países são sistematicamente pressionados, sancionados e invadidos.
Por outro lado, a caracterização do regime iraniano nesse contexto apresenta contradições que exigem uma análise mais cuidadosa. Essa complexidade tem feito com que diversos partidos comunistas revolucionários caracterizem o conflito como uma guerra inter-imperialista. Essa é, do ponto de vista do PCBR, uma caracterização imprecisa e com consequências perigosas.
Não negamos o caráter inter-imperialista do conflito simplesmente porque a burguesia iraniana seja uma burguesia “não-alinhada” ao imperialismo ocidental. No caso de nossa avaliação da guerra na Ucrânia, por exemplo, esse aspecto em nada exime as ações militares da burguesia russa de seu caráter imperialista. Mas, nesse conflito em particular, a situação é completamente distinta: enquanto na Ucrânia a guerra foi deflagrada pela invasão expansionista da burguesia russa, no caso iraniano o conflito apenas escalou em guerra pelo fato de o governo iraniano ter-se recusado a ser atacado diretamente pelo regime sionista de Israel sem responder militarmente. Essa situação é, em nossa visão, suficiente para permitir a caracterização de uma guerra defensiva, e portanto justa, por parte do Irã.
Vale acrescentar, a essa respeito, que os grandes rivais do imperialismo ocidental no quadro da cadeia capitalista-imperialista global (Rússia e China), devido a seus diversos laços econômicos e políticos para com Israel, encontram grandes dificuldades para envolver-se diretamente na contenda e transformar o conflito em uma “guerra por procuração” (como, por exemplo, os EUA lograram fazer na Ucrânia). Por mais esse motivo, a caracterização nos parece prematura, embora sem excluir a possibilidade de que as futuras intervenções de outras potências possam transformar o caráter da guerra em questão em inter-imperialista
O que está em jogo nos ataques iranianos a Tel Aviv é uma questão elementar de soberania — que, neste caso, se expressa de forma direta na polêmica sobre o direito ao armamento nuclear. O PCBR não se omite diante dessa questão, especialmente porque, em nosso programa, defendemos abertamente que o Brasil retome seu próprio programa nuclear:
"A retomada do programa nuclear brasileiro, tanto para fins de transição energética e ambientais quanto para coibir qualquer tipo de agressão à nossa soberania territorial."
A experiência das últimas décadas revela, de maneira patente, que o Tratado de Não-Proliferação não passa de um instrumento a serviço da dominação imperialista ocidental: enquanto países como Israel permanecem fora do escopo do Tratado e desenvolvem massivamente seu armamento nuclear sem qualquer medida de sanção por parte da “comunidade internacional”, outros países são perseguidos por buscarem o desenvolvimento de fontes de energia nuclear, insumos de medicina nuclear e armas de dissuasão. No caso do nosso próprio país, telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks já comprovaram diversas ações de sabotagem realizadas para impedir o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro. No caso do Irã, a contenda se arrasta já há décadas, e sempre retorna à baila quando convém ao imperialismo ocidental “apertar a corda” em torno do governo iraniano. Mas a burguesia iraniana está absolutamente correta nas lições que extraiu da história do recente imperialismo ocidental: um país desarmado é um país à mercê do intervencionismo estadunidense.
O reconhecimento do direito do Irã a seu programa nuclear e do caráter defensivo da guerra travada pelo regime burguês deste país não significa, no entanto, idealizar um suposto caráter anti-imperialista do regime iraniano. É o direito de um povo de não ser submetido a bombardeios, invasões e ocupações militares. Reconhecer esse direito não significa, no entanto, nutrir ilusões sobre o caráter de classe do regime iraniano. O nacionalismo burguês, embora possa oferecer contraposição a determinada potência imperialista específica, em nada subverte o quadro global da reprodução capitalista em sua época imperialista, e incapaz, portanto, de um anti-imperialismo consequente. No caso da República Islâmica do Irã, trata-se de um regime burguês marcado por uma aristocracia clerical, pela repressão sistemática aos comunistas e a todas as forças progressistas, e por uma política econômica neoliberal profundamente lesiva à classe trabalhadora. O Partido Tudeh, com quem temos dialogado de maneira próxima, tem denunciado com firmeza essas contradições, sem jamais relativizar a importância do enfrentamento ao imperialismo estadunidense e ao sionismo.
Enquanto a classe trabalhadora da região não se erguer de forma organizada e consciente para dirigir a luta contra todas as burguesias da região, expropriando-as e colocando os meios de produção sob controle operário e popular, o atual conflito tende a se resolver em uma polarização trágica: a capitulação do Irã ou a capitulação de Israel. Essa disjuntiva, longe de ser indiferente, tem implicações profundas para o proletariado da região.
Por isso, nossa posição é clara: a guerra travada pelo Irã é justa, mas não é a guerra do proletariado internacional por sua emancipação. É justa porque é uma resposta à agressão de um bloco imperialista. Mas não é uma guerra do proletariado internacional porque está sendo travada por uma burguesia reacionária que, internamente, reprime sua própria população e tenta canalizar a indignação popular para sentimentos de cunho nacionalista-religioso, com o objetivo de fortalecer a coesão nacional e a legitimidade do atual regime. O Irã não é, nem pode ser, o polo condutor de uma frente anti-imperialista na região: essa tarefa só pode ser cumprida pela classe trabalhadora organizada, em aliança com os povos oprimidos da região.
Por outro lado, alguns setores da esquerda internacional veem na possível derrota do regime iraniano uma brecha para o avanço das forças democráticas internas. Não compartilhamos dessa perspectiva. A queda do regime aristocrático clerical, se imposta pela força das armas do sionismo e do imperialismo, representaria não uma libertação, mas um novo ciclo de dominação — agora sob a bota de Israel e dos EUA. Essa via não abre caminho para um Irã democrático, mas para um novo protetorado colonial. O fortalecimento do sionismo, resultado direto de tal desfecho, representaria um golpe brutal contra as lutas populares em todo o Oriente Médio.
Ao mesmo tempo, a entrada dos EUA no conflito não pode ser lida como um simples agravamento. Ela marca o risco real de generalização da guerra, com potencial catastrófico para toda a região euro-asiática. Devemos lembrar que esse novo passo do imperialismo se dá em meio a contradições internas graves: o ataque ao Irã foi conduzido sem autorização do Congresso, evidenciando não apenas o autoritarismo de Trump, mas também o agravamento da crise institucional e o acirramento da luta de classes no coração do topo da pirâmide do imperialismo global. O poder executivo age à revelia de qualquer controle democrático, arrastando o país para novos conflitos que ampliam a instabilidade global e alimentam os mecanismos de guerra permanente. Assim como Netanyahu, Trump também precisa da guerra, e precisa dela para unificar sua base, justificar retrocessos e tentar legitimar sua volta à presidência. Ambos apostam no caos - que é ainda mais evidenciado pelo fato de que, logo após os primeiros ataques de Israel contra o Irã, Netanyahu fugiu e se escondeu na Grécia, ciente da intensa retaliação que sucederia suas ações de ofensiva.
Para o povo palestino, esse novo cenário representa uma ameaça ainda mais grave. A ofensiva contra o Irã tira o foco da Faixa de Gaza, enfraquece a pressão pelo cessar-fogo e diminui o clamor internacional pelo rompimento de relações com Israel. Pior: a demonização do Irã pela imprensa ocidental tende a legitimar ainda mais os ataques israelenses e sua política genocida.
Apesar disso, os recentes ataques iranianos a Tel Aviv e o desgaste do “Domo de Ferro” israelense colocaram em xeque a imagem de invulnerabilidade que o sionismo projetava. Tel Aviv já não é inalcançável. Esse abalo simbólico à supremacia militar de Israel pode abrir brechas para a reorganização das forças populares da região, se combinado com uma tática revolucionária que aponte para a superação tanto do sionismo quanto do fundamentalismo clerical, na direção da revolução socialista. Assim, mesmo uma capitulação parcial de Israel, imposta por sua derrota militar ou isolamento internacional, significaria um abalo sísmico na arquitetura da dominação imperialista na região. Um revés do sionismo representaria um alento imediato à luta do povo palestino, um impulso às forças progressistas e comunistas da região e uma oportunidade concreta para a reorganização autônoma do proletariado do Oriente Médio.
É nesse ponto que reafirmamos nossa crítica às ilusões em torno da possibilidade de um mundo capitalista multipolar, frequentemente romantizado por setores da esquerda. O multipolarismo não é uma alternativa real ao imperialismo, mas sim a forma contemporânea de preparação para a guerra generalizada entre blocos capitalistas. Em vez de representar uma brecha para a autodeterminação dos povos, o mundo multipolar em disputa apenas desloca o eixo das contradições, colocando mais países sob a órbita de novas potências, sem alterar a lógica de exploração, opressão e destruição que sustenta o capitalismo internacional. É papel da classe operária, organizada em partidos comunistas revolucionários, aproveitar essa janela de reorganização das forças capitalistas-imperialistas para impulsionar seu próprio programa independente pela reorganização socialista da sociedade. Se o proletariado deseja uma paz duradoura, deve preparar a guerra de classe contra as burguesias de todo o mundo, que afundam o planeta em guerras intermináveis a fim de assegurar sua exploração e seus lucros.
É por isso que, para nós, a guerra é justa, mas a vitória necessária é a vitória dos povos contra todas as burguesias da região. Enquanto isso não ocorre, a tarefa imediata é pressionar pelo fim da agressão imperialista e isolar o Estado de Israel.
Por isso, não há caminho fora da luta de classes. Só a entrada em cena da classe trabalhadora mundial poderá interromper a marcha à guerra generalizada, derrotar os blocos imperialistas e abrir caminho à construção de uma nova ordem socialista internacional.
Para nós, no Brasil, o rompimento das relações diplomáticas, comerciais e militares entre o Brasil e Israel segue sendo uma tarefa urgente. Agora, com ainda mais força, devemos ampliar essa campanha e denunciar o Estado sionista como o pivô da guerra e da instabilidade regional. A cumplicidade do governo Lula se expressa não apenas na neutralidade diplomática, mas também no alinhamento comercial e militar com Israel, operado por setores como o agronegócio, o setor petroleiro, o complexo bélico e as Forças Armadas.
Expressamos nossa total solidariedade ao Partido Tudeh do Irã e, como eles, acreditamos que é momento de união e coordenação da classe trabalhadora para combater as conspirações e ataques do imperialismo estadunidense e israelense. Não hesitaremos: estaremos ao lado do povo palestino, do povo iraniano, dos comunistas perseguidos, dos trabalhadores explorados, das mulheres oprimidas e da juventude que resiste — e não das burguesias que querem nos arrastar às suas guerras.
Abaixo a guerra contra o Irã!
Pela unidade da classe trabalhadora contra o imperialismo e o sionismo!
Solidariedade internacionalista aos povos em luta no Irã, Palestina, Líbano, Síria e Iêmen!
Pelo rompimento imediato das relações diplomáticas, econômicas e militares do Brasil com Israel!
[ENG] All solidarity with the Iranian people: fight imperialism and Zionism!
Political statement by the Revolutionary Brazilian Communist Party and the Communist Youth Union (Brazil)
Last Saturday, June 21st, the United States carried out a direct bombing against Iran, escalating to a new level the ongoing conflict in the Middle East that has been intensifying since the previous Friday (13th), with successive attacks and threats between Tehran, Tel Aviv, and Washington. In an illegal action, not even previously authorized by the U.S. Congress, President Donald Trump ordered an airstrike on three nuclear research and processing facilities: Fordow, Natanz, and Isfahan. Although an impartial assessment of the damage is not yet available, the action will certainly have serious repercussions. On Sunday (June 22), while the world awaited the Iranian government's response, thousands of people took to the streets of Tehran in protest against the U.S. military action. On Monday, the outcome finally came: Iran launched a series of missiles at U.S. military bases in Qatar. In the same period, the Yemeni government announced its official entry into the war, siding with Iran.
With this development, it becomes increasingly clear that, from the perspective of the U.S.-Israeli imperialist coalition, this is a war of plunder, an imperialist war seeking the complete political subordination of Iran to the dictates of Western imperialism. The “preventive” justification, based on Iran’s nuclear program, is the same tired rhetoric used in the invasions of Iraq, Afghanistan, and Libya, once again laying bare the hypocrisy of the global imperialist system, in which nuclear powers like Israel remain unpunished, while other countries are systematically pressured, sanctioned, and invaded.
On the other hand, characterizing the Iranian regime in this context presents contradictions that require a more careful analysis. This complexity has led various revolutionary communist parties to label the conflict as an inter-imperialist war. From the standpoint of the PCBR, this is an imprecise characterization with dangerous consequences.
We do not reject the notion of an inter-imperialist conflict simply because the Iranian bourgeoisie is “non-aligned” with Western imperialism. In our analysis of the war in Ukraine, for instance, this same aspect did not absolve the Russian bourgeoisie's military actions of their imperialist character. However, in this particular conflict, the situation is fundamentally different: while the war in Ukraine was triggered by Russia’s expansionist invasion, the Iranian conflict escalated into war solely because the Iranian government refused to be directly attacked by the Zionist regime of Israel without responding militarily. In our view, this makes it possible to characterize the Iranian response as a defensive, and therefore just, war.
It is also worth noting that the major rivals of Western imperialism in the global capitalist-imperialist chain (Russia and China), due to their various economic and political ties with Israel, face major obstacles in becoming directly involved and turning the conflict into a "proxy war" (as the U.S. managed to do in Ukraine). For this reason as well, we consider it premature to characterize this as an inter-imperialist war, though we do not rule out the possibility that future involvement by other powers could change the nature of the conflict.
What is at stake in Iran's attacks on Tel Aviv is a basic question of sovereignty—which, in this case, is directly expressed in the controversy over the right to nuclear armament. The PCBR does not shy away from this issue, especially since our program openly defends the resumption of Brazil’s own nuclear program:
"The resumption of the Brazilian nuclear program, both for energy transition and environmental purposes, and to deter any form of aggression against our territorial sovereignty."
The experience of recent decades clearly reveals that the Non-Proliferation Treaty is nothing but a tool of Western imperialist domination: while countries like Israel remain outside the scope of the Treaty and massively develop their nuclear arsenal without any sanctions from the “international community,” other nations are persecuted for seeking to develop nuclear energy, medical isotopes, or deterrent weapons. In our own country’s case, U.S. diplomatic cables revealed by WikiLeaks have already confirmed various acts of sabotage aimed at hindering the development of our nuclear program. In Iran’s case, the dispute has dragged on for decades, resurfacing whenever it suits Western imperialism to “tighten the noose” around the Iranian government. But the Iranian bourgeoisie is absolutely correct in the lesson it has drawn from the recent history of Western imperialism: a disarmed country is a country at the mercy of U.S. interventionism.
Recognizing Iran’s right to its nuclear program and the defensive character of its war does not mean idealizing any supposed anti-imperialist nature of the Iranian regime. It’s a people’s right not to be subjected to bombings, invasions, and military occupations. Acknowledging that right does not mean harboring illusions about the class nature of the Iranian state. Bourgeois nationalism, while it may oppose a specific imperialist power, in no way subverts the global reproduction of capitalism in its imperialist phase, and is thus incapable of producing a consequent anti-imperialism. The Islamic Republic of Iran is a bourgeois regime marked by a clerical aristocracy, systematic repression of communists and all progressive forces, and a deeply neoliberal economic policy that harms the working class. The Tudeh Party, with whom we have been in close dialogue, has firmly denounced these contradictions, without ever minimizing the importance of confronting U.S. imperialism and Zionism.
Until the working class of the region rises in an organized and conscious way to lead the fight against all bourgeoisies, expropriating them and placing the means of production under popular and workers’ control, the current conflict risks being resolved in a tragic polarization: either Iran capitulates, or Israel does. This is no neutral dilemma, it has deep implications for the proletariat of the region.
Therefore, our position is clear: the war being waged by Iran is just, but it is not the war of the international proletariat for its emancipation. It is just because it is a response to the aggression of an imperialist bloc. But it is not the proletariat’s war because it is being waged by a reactionary bourgeoisie that represses its own people and seeks to channel popular indignation into nationalist-religious sentiment, aiming to strengthen national unity and the regime’s legitimacy. Iran is not, and cannot be, the leading pole of an anti-imperialist front in the region: that task can only be carried out by the organized working class, in alliance with the oppressed peoples of the region.
On the other hand, some sectors of the international left see the possible defeat of the Iranian regime as an opening for the advance of internal democratic forces. We do not share this view. The fall of the clerical-aristocratic regime, if imposed by the weapons of Zionism and imperialism, would not represent liberation, but a new cycle of domination—this time under the boot of Israel and the U.S. This path does not lead to a democratic Iran, but to a new colonial protectorate. The strengthening of Zionism, a direct result of such an outcome, would be a brutal blow to popular struggles throughout the Middle East.
At the same time, the entry of the U.S. into the conflict cannot be seen as a mere escalation. It marks the real risk of generalizing the war, with catastrophic potential for the entire Euro-Asian region. We must remember that this new imperialist step is taking place amid serious internal contradictions: the attack on Iran was carried out without Congressional authorization, revealing not only Trump's authoritarianism, but also the deepening institutional crisis and class struggle at the heart of the global imperialist system. The executive power is acting with no democratic oversight, dragging the country into new conflicts that increase global instability and feed the mechanisms of permanent war. Like Netanyahu, Trump also needs war, and needs it to unify his base, justify rollbacks, and attempt to legitimize his return to the presidency. Both are betting on chaos—underscored by the fact that, immediately after Israel’s initial attacks on Iran, Netanyahu fled and hid in Greece, aware of the intense retaliation his offensive would provoke.
For the Palestinian people, this new scenario represents an even graver threat. The offensive against Iran shifts the focus away from Gaza, weakens pressure for a ceasefire, and reduces international outcry for severing ties with Israel. Worse still: the Western media's demonization of Iran tends to further legitimize Israeli attacks and its genocidal policies.
Despite this, Iran’s recent strikes on Tel Aviv and the strain placed on Israel’s “Iron Dome” have shaken the illusion of Zionist invulnerability. Tel Aviv is no longer untouchable. This symbolic blow to Israel’s military supremacy could open space for the reorganization of popular forces in the region, if combined with a revolutionary strategy aimed at overcoming both Zionism and clerical fundamentalism, toward a socialist revolution. In this way, even a partial Israeli defeat, whether military or diplomatic, would be a seismic shock to the architecture of imperialist domination in the region. A setback for Zionism would immediately encourage the Palestinian struggle, give momentum to progressive and communist forces, and offer a concrete opportunity for the autonomous reorganization of the Middle Eastern proletariat.
It is here that we reaffirm our criticism of illusions around the possibility of a multipolar capitalist world, often romanticized by sectors of the left. Multipolarity is not a real alternative to imperialism, but it is simply the contemporary form of preparation for generalized war between capitalist blocs. Rather than opening space for peoples’ self-determination, the contest over multipolarity merely shifts the center of contradictions, drawing more countries into the orbit of new powers without altering the exploitative, oppressive, and destructive logic that sustains global capitalism. It is the role of the working class, organized through revolutionary communist parties, to seize this moment of reorganization among capitalist-imperialist forces to push forward its own independent program for the socialist transformation of society. If the proletariat desires lasting peace, it must prepare for class war against the world’s bourgeoisies, who plunge the planet into endless wars to secure their profits and domination.
That is why, for us, this war is just, but the necessary victory is the victory of the peoples against all the bourgeoisies in the region. Until that victory is won, the immediate task is to pressure for an end to imperialist aggression and to isolate the Israeli state.
So, there is no path outside the class struggle. Only the global working class entering the scene can halt the march toward generalized war, defeat the imperialist blocs, and pave the way for building a new international socialist order.
For us, in Brazil, breaking all diplomatic, commercial, and military ties between Brazil and Israel remains an urgent task. Now, more than ever, we must expand this campaign and expose the Zionist state as the key aggressor and source of regional instability. The Lula government’s complicity is expressed not only in diplomatic neutrality but also in commercial and military alignment with Israel, fueled by sectors like agribusiness, the oil industry, the military-industrial complex, and the Armed Forces.
We express our full solidarity with the Tudeh Party of Iran and, like them, believe that now is the time for the working class to unite and coordinate its efforts to resist U.S. and Israeli imperialist plots and attacks. We will not hesitate: we stand with the Palestinian people, with the Iranian people, with persecuted communists, with exploited workers, with oppressed women, and with the youth who resist—not with the bourgeoisies who seek to drag us into their wars.
Down with the war on Iran!
For the unity of the working class against imperialism and Zionism!
Internationalist solidarity with the peoples in struggle in Iran, Palestine, Lebanon, Syria, and Yemen!
For the immediate breaking of Brazil’s diplomatic, economic, and military ties with Israel!
[ESP] Toda la solidaridad con el pueblo iraní: ¡luchemos contra el imperialismo y el sionismo!
Nota política del Partido Comunista Revolucionario Brasileño y la Unión de la Juventud Comunista (Brasil)
El pasado sábado 21 de junio, Estados Unidos llevó a cabo un bombardeo directo contra Irán, intensificando el conflicto que se ha intensificado en Oriente Medio desde el viernes anterior (13), con sucesivos ataques y amenazas entre Teherán, Tel Aviv y Washington. En una acción ilegal, que ni siquiera había sido autorizada previamente por el Congreso estadounidense, el presidente Donald Trump ordenó el ataque aéreo contra tres instalaciones de investigación y procesamiento nuclear: Fordow, Natanz e Isfahán. Aunque aún no se dispone de una evaluación imparcial de los daños, la acción sin duda tendrá graves repercusiones. El domingo 22 de junio, mientras el mundo entero esperaba la respuesta del gobierno iraní, miles de personas salieron a las calles de Teherán para protestar contra la acción militar estadounidense. El lunes, finalmente se produjo el desenlace: Irán disparó una serie de misiles contra bases militares estadounidenses en Catar. Mientras tanto, el gobierno yemení anunció su entrada oficial en la guerra, del lado de Irán.
Con estos acontecimientos, se hace cada vez más evidente que esta guerra es, desde el punto de vista de la coalición imperialista israelí-estadounidense, una guerra de saqueo, una guerra imperialista que busca allanar el camino para la completa subordinación política de Irán a los dictados del imperialismo occidental. La justificación "preventiva", basada en el programa nuclear iraní, es la misma retórica desgastada ya utilizada en las invasiones de Irak, Afganistán y Libia, y que, una vez más, expone la hipocresía del sistema imperialista global, en el que potencias nucleares como Israel siguen impunes, mientras que otros países son sistemáticamente presionados, sancionados e invadidos.
Por otro lado, la caracterización del régimen iraní en este contexto presenta contradicciones que requieren un análisis más minucioso. Esta complejidad ha llevado a varios partidos comunistas revolucionarios a caracterizar el conflicto como una guerra interimperialista. Desde la perspectiva del CPBR, esta es una caracterización imprecisa con consecuencias peligrosas.
No negamos la naturaleza interimperialista del conflicto simplemente porque la burguesía iraní sea una burguesía “no alineada” con el imperialismo occidental. En el caso de nuestra evaluación de la guerra en Ucrania, por ejemplo, este aspecto no exime en absoluto las acciones militares de la burguesía rusa de su naturaleza imperialista. Sin embargo, en este conflicto en particular, la situación es completamente diferente: mientras que en Ucrania la guerra se desencadenó por la invasión expansionista de la burguesía rusa, en el caso iraní el conflicto solo se intensificó porque el gobierno iraní se negó a ser atacado directamente por el régimen sionista de Israel sin responder militarmente. Esta situación es, en nuestra opinión, suficiente para permitir la caracterización de una guerra defensiva, y por lo tanto justa, por parte de Irán.
Cabe añadir, a este respecto, que a los grandes rivales del imperialismo occidental dentro de la cadena capitalista-imperialista global (Rusia y China), debido a sus diversos vínculos económicos y políticos con Israel, les resulta muy difícil involucrarse directamente en el conflicto y transformarlo en una "guerra por poderes" (como, por ejemplo, Estados Unidos logró hacer en Ucrania). Por ello, esta caracterización nos parece prematura, aunque sin descartar la posibilidad de que futuras intervenciones de otras potencias transformen la naturaleza de la guerra en cuestión en una guerra interimperialista.
Lo que está en juego en los ataques iraníes a Tel Aviv es una cuestión fundamental de soberanía, que, en este caso, se expresa directamente en la controversia sobre el derecho a las armas nucleares. El PCBR no guarda silencio sobre este tema, especialmente porque, en nuestro programa, abogamos abiertamente por que Brasil reactive su propio programa nuclear:
"La reactivación del programa nuclear brasileño, tanto para la transición energética como para fines ambientales, y para frenar cualquier tipo de agresión contra nuestra soberanía territorial."
La experiencia de las últimas décadas demuestra claramente que el Tratado de No Proliferación Nuclear no es más que un instrumento al servicio de la dominación imperialista occidental: mientras países como Israel permanecen al margen del Tratado y desarrollan masivamente sus armas nucleares sin ninguna sanción de la comunidad internacional, otros países son perseguidos por intentar desarrollar fuentes de energía nuclear, suministros de medicina nuclear y armas disuasorias. En el caso de nuestro país, cables diplomáticos estadounidenses revelados por Wikileaks ya han demostrado varios sabotajes llevados a cabo para impedir el desarrollo del programa nuclear brasileño. En el caso de Irán, la disputa lleva décadas en curso y siempre vuelve a la palestra cuando al imperialismo occidental le conviene apretar el cerco al gobierno iraní. Pero la burguesía iraní tiene toda la razón en las lecciones que ha extraído de la historia del imperialismo occidental reciente: un país desarmado es un país a merced del intervencionismo estadounidense.
Reconocer el derecho de Irán a su programa nuclear y el carácter defensivo de la guerra librada por el régimen burgués en ese país no significa, sin embargo, idealizar un supuesto carácter antiimperialista del régimen iraní. Es el derecho de un pueblo a no ser sometido a bombardeos, invasiones y ocupaciones militares. Reconocer este derecho no significa, sin embargo, albergar ilusiones sobre el carácter de clase del régimen iraní. El nacionalismo burgués, aunque pueda ofrecer un contrapunto a una potencia imperialista específica, de ninguna manera subvierte el marco global de la reproducción capitalista en su era imperialista y, por lo tanto, es incapaz de un antiimperialismo consistente. En el caso de la República Islámica de Irán, se trata de un régimen burgués caracterizado por una aristocracia clerical, la represión sistemática de los comunistas y de todas las fuerzas progresistas, y una política económica neoliberal profundamente perjudicial para la clase trabajadora. El Partido Tudeh, con quien hemos mantenido un estrecho diálogo, ha denunciado firmemente estas contradicciones, sin restarle importancia a la lucha contra el imperialismo estadounidense y el sionismo.
Hasta que la clase trabajadora de la región no se levante de forma organizada y consciente para liderar la lucha contra todas las burguesías de la región, expropiándolas y poniendo los medios de producción bajo control obrero y popular, el conflicto actual tenderá a resolverse en una trágica polarización: la capitulación de Irán o la capitulación de Israel. Este dilema, lejos de ser indiferente, tiene profundas implicaciones para el proletariado de la región.
Por lo tanto, nuestra postura es clara: la guerra que libra Irán es justa, pero no es la guerra del proletariado internacional por su emancipación. Es simplemente porque es una respuesta a la agresión de un bloque imperialista. Pero no es una guerra del proletariado internacional, ya que la lidera una burguesía reaccionaria que, internamente, reprime a su propia población e intenta canalizar la indignación popular hacia sentimientos nacionalistas-religiosos, con el objetivo de fortalecer la cohesión nacional y la legitimidad del régimen actual. Irán no es, ni puede ser, el polo líder de un frente antiimperialista en la región: esta tarea solo puede ser realizada por la clase obrera organizada, en alianza con los pueblos oprimidos de la región.
Por otro lado, algunos sectores de la izquierda internacional ven la posible derrota del régimen iraní como una oportunidad para el avance de las fuerzas democráticas internas. No compartimos esta perspectiva. La caída del régimen clerical aristocrático, si se impusiera por la fuerza de las armas del sionismo y el imperialismo, no representaría una liberación, sino un nuevo ciclo de dominación, ahora bajo la bota de Israel y Estados Unidos. Este camino no allana el camino hacia un Irán democrático, sino hacia un nuevo protectorado colonial. El fortalecimiento del sionismo, consecuencia directa de tal resultado, representaría un golpe brutal para las luchas populares en todo Oriente Medio.
Al mismo tiempo, la entrada de Estados Unidos en el conflicto no puede verse como una simple escalada. Marca el riesgo real de generalización de la guerra, con un potencial catastrófico para toda la región euroasiática. Debemos recordar que este nuevo paso del imperialismo se produce en medio de graves contradicciones internas: el ataque a Irán se llevó a cabo sin la autorización del Congreso, lo que pone de relieve no solo el autoritarismo de Trump, sino también el agravamiento de la crisis institucional y la intensificación de la lucha de clases en la cima de la pirámide del imperialismo global. El poder ejecutivo actúa sin ningún control democrático, arrastrando al país a nuevos conflictos que aumentan la inestabilidad global y alimentan los mecanismos de una guerra permanente. Al igual que Netanyahu, Trump también necesita la guerra, y la necesita para unificar a su base, justificar reveses e intentar legitimar su regreso a la presidencia. Ambos apuestan por el caos, lo cual se hace aún más evidente al ver que, poco después de los primeros ataques de Israel contra Irán, Netanyahu huyó y se escondió en Grecia, consciente de las intensas represalias que seguirían a sus acciones ofensivas.
Para el pueblo palestino, este nuevo escenario representa una amenaza aún más grave. La ofensiva contra Irán desvía la atención de la Franja de Gaza, debilita la presión por un alto el fuego y disminuye el clamor internacional por la ruptura de relaciones con Israel. Peor aún: la demonización de Irán por parte de la prensa occidental tiende a legitimar aún más los ataques israelíes y su política genocida.
Sin embargo, los recientes ataques iraníes a Tel Aviv y el deterioro de la "Cúpula de Hierro" israelí han puesto en tela de juicio la imagen de invulnerabilidad que proyectaba el sionismo. Tel Aviv ya no es inalcanzable. Este golpe simbólico a la supremacía militar de Israel podría allanar el camino para la reorganización de las fuerzas populares en la región, si se combina con una táctica revolucionaria que apunte a superar tanto al sionismo como al fundamentalismo clerical en dirección a la revolución socialista. Así, incluso una capitulación parcial de Israel, impuesta por su derrota militar o su aislamiento internacional, representaría un cambio radical en la arquitectura de la dominación imperialista en la región. Un revés para el sionismo representaría un impulso inmediato a la lucha del pueblo palestino, un impulso a las fuerzas progresistas y comunistas en la región y una oportunidad concreta para la reorganización autónoma del proletariado de Oriente Medio.
Es en este punto que reafirmamos nuestra crítica a las ilusiones en torno a la posibilidad de un mundo capitalista multipolar, a menudo idealizadas por sectores de la izquierda. El multipolarismo no es una alternativa real al imperialismo, sino la forma contemporánea de preparación para una guerra generalizada entre bloques capitalistas. En lugar de representar una ruptura para la autodeterminación de los pueblos, el mundo multipolar en disputa solo desplaza el eje de las contradicciones, colocando a más países bajo la órbita de nuevas potencias, sin alterar la lógica de explotación, opresión y destrucción que sustenta el capitalismo internacional. Es función de la clase obrera, organizada en partidos comunistas revolucionarios, aprovechar esta ventana de reorganización de las fuerzas capitalistas-imperialistas para impulsar su propio programa independiente de reorganización socialista de la sociedad. Si el proletariado desea una paz duradera, debe prepararse para la guerra de clases contra las burguesías de todo el mundo, que sumergen al planeta en guerras interminables para asegurar su explotación y sus ganancias.
Por eso, para nosotros, la guerra es justa, pero la victoria necesaria es la victoria de los pueblos contra todas las burguesías de la región. Hasta que esto ocurra, la tarea inmediata es presionar para poner fin a la agresión imperialista y aislar al Estado de Israel.
Por eso no hay salida a la lucha de clases. Solo la entrada de la clase obrera global en la escena podrá detener la marcha hacia una guerra generalizada, derrotar a los bloques imperialistas y allanar el camino para la construcción de un nuevo orden socialista internacional.
Para nosotros en Brasil, la ruptura de las relaciones diplomáticas, comerciales y militares entre Brasil e Israel sigue siendo una tarea urgente. Ahora, con mayor fuerza, debemos expandir esta campaña y denunciar al Estado sionista como el eje de la guerra y la inestabilidad regional. La complicidad del gobierno de Lula se expresa no solo en la neutralidad diplomática, sino también en el alineamiento comercial y militar con Israel, operado por sectores como la agroindustria, el sector petrolero, el complejo armamentístico y las Fuerzas Armadas.
Expresamos nuestra plena solidaridad con el Partido Tudeh de Irán y, al igual que ellos, creemos que es hora de que la clase obrera se una y coordine para combatir las conspiraciones y los ataques del imperialismo estadounidense e israelí. No dudaremos: apoyaremos al pueblo palestino, al pueblo iraní, a los comunistas perseguidos, a los trabajadores explotados, a las mujeres oprimidas y a la juventud que resiste, y no a la burguesía que quiere arrastrarnos a sus guerras.
¡Abajo la guerra contra Irán!
¡Por la unidad de la clase obrera contra el imperialismo y el sionismo!
¡Solidaridad internacionalista con los pueblos en lucha en Irán, Palestina, Líbano, Siria y Yemen!
¡Por la ruptura inmediata de las relaciones diplomáticas, económicas y militares entre Brasil e Israel!